
O “Museu da Democracia”, projeto do iDeclatra (Instituto Defesa da Classe Trabalhadora), foi apresentado em Brasília, nesta semana nos dias 25 e 26 de abril, para diversas autoridades que confirmaram interesse na proposta. Durante as audiências, a diretora-geral do iDeclatra, ex-vice-prefeita de Curitiba (2013-2016), Mírian Gonçalves, acompanhada da advogada de movimentos sociais, Ana Célia Curuca, explicou sobre os conceitos do museu como uma experiência de reflexão social, justificou a localização em Curitiba, palco do primeiro comício das “Diretas Já” do país em 1984 e dos altos e baixos da democracia na contemporaneidade. A ideia do museu é centrar na participação dos movimentos sociais com destaques para recortes temporais a partir da década de 80. “É preciso conquistar diariamente e preservar o interesse, o apreço, o amor das pessoas pela democracia. Nesse sentido, o governo, os demais poderes, as instituições da sociedade civil organizada têm obrigações com a sua defesa”, afirmou Mírian Gonçalves.
O projeto foi exposto ao presidente do Conselho Nacional do SESI, Vagner Freitas, ao presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, ao Secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, à Secretária Nacional do Ministério das Mulheres, Carmen Foro, à Secretária da Mulher e Cultura, Lucimara Cardozo, ao deputado federal Tadeu Veneri, ao chefe de gabinete da senadora Teresa Leitão, ex-deputado federal Carlos Abicalil e às assessorias da deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta do PT Nacional, e dos senadores Fabiano Contarato, líder da bancada do PT no Senado Federal e Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional.
Durante a reunião com o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a diretora do iDeclatra, Mírian Gonçalves, apresentou um projeto de adaptação museológica ao edifício histórico dos Correios, uma construção da década de 30 em estilo art déco. Também destacou que a instalação do “Museu da Democracia” no local irá potencializar o turismo cultural, somado ao prédio histórico da UFPR, a praça Santos Andrade, a rua XV de novembro, o Teatro Guaíra e todo o entorno. O presidente Fabiano Silva dos Santos considerou o projeto pertinente e de acordo com a função social dos Correios em defesa da democracia e da cultura. “O prédio passa a ser uma possibilidade para sediar o Museu da Democracia. A proposta está em consonância com os nossos princípios e será analisada”, salientou.
Nas diversas audiências, a iniciativa recebeu apoios e cumprimentos por sua inovação aliada à arte com possibilidades de vivências através de meios digitais a exemplo da proposta para a recepção dos visitantes do museu projetada em uma estrutura metálica e representativa das delicadezas e complexidades da democracia que é fortalecida com a participação de todos e assim simbolizada por fotos dos visitantes que serão projetadas em diversas telas. A proposta de adaptação museológica é dos arquitetos Yuri Vasconcelos Silva, Guilherme Feijó, Eduardo Hungaro, Matheus Fernandes, Nícolas Marques de Oliveira, da YVA Arquitetura e do Ateliê 01 de Curitiba. O “Museu da Democracia” também é apoiado pela arquiteta Larissa Graça, gestora da área de patrimônio e cultura na Fundação Roberto Marinho, especialista na concepção, planejamento e implantação de grandes museus, como o Museu do Futebol, Museu da Língua Portuguesa, Museu do Amanhã e Museu da Imagem e do Som (RJ).
A Secretária Nacional do Ministério das Mulheres, Carmen Foro, se emocionou com o projeto: “fico com os olhos brilhantes porque é a nossa história. É uma pedra preciosa e se associa à luta dos movimentos sociais”, afirmou. Ela reiterou o apoio ao projeto e irá apresentá-lo a diversas instituições de forma a priorizar a imprescindível participação das mulheres na democracia e a importância de institucionalizar esta memória. Da mesma forma, o presidente do Conselho Nacional do SESI, Vagner Freitas, ressaltou a pertinência da proposta e confirmou incentivos para a parte tecnológica do museu. O secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, já acompanha a iniciativa desde janeiro deste ano, e nesta quarta-feira, 26 de abril, ele reafirmou o apoio do Ministério da Cultura para o “Museu da Democracia” de Curitiba.
Trajetória do projeto “Museu da Democracia”
Ainda em dezembro de 2022, o iDeclatra, com base em diversas pesquisas sobre os últimos 10 anos no Brasil, apresentou a iniciativa ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca de Macedo, de quem obteve apoio para que a capital paranaense sedie o museu. Neste mesmo mês, o projeto foi levado ao reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, que também aprovou. Em janeiro de 2023, a diretora-geral do iDeclatra, Mírian Gonçalves, defendeu a ideia do “Museu da Democracia” à Ministra da Cultura, Margareth Menezes e obteve sua aprovação para seguir adiante. Durante a reunião, a deputada federal Gleisi Hoffmann também referendou a proposta.
Recentemente, o Centro Universitário Unibrasil de Curitiba confirmou apoio ao “Museu da Democracia” com pesquisas dos estudantes de Doutorado do curso em “Direitos Fundamentais e Democracia”. O centro universitário possui a renomada revista acadêmica internacional, QUALIS A1 da Capes, “Democracia e Direitos Fundamentais” (DDF).
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