O projeto “Museu da Democracia”, do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra), foi apresentado, hoje (02), à bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Municipal de Curitiba. Participaram da reunião os vereadores Angelo Vanhoni, Giorgia Prates e Professora Josete, além de representante do mandato da vereadora Maria Leticia (PV) e assessorias. A diretora-geral do iDeclatra, ex-vice-prefeita de Curitiba, Mírian Gonçalves, explicou sobre o conceito do museu, o estudo preliminar de arquitetura e expografia, os acervos, os parceiros e apoiadores, as iniciativas de homenagem, dentre elas, ao grande escritor de Curitiba Paulo Leminski. Também informou que o local pretendido para sediar o museu é o antigo prédio dos Correios, localizado na Praça Santos Andrade, uma construção de 1934 em art déco. A proposta já foi apresentada à presidência da estatal e está sob análise de sua diretoria-executiva. Após a explanação, cada parlamentar se posicionou favorável à iniciativa e a bancada aprovou encaminhamento de moção de apoio ao “Museu da Democracia” de Curitiba.
A vereadora Professora Josete destacou a importância da preservação da memória. “Passamos já por várias fases de nossa democracia e o registro na história é muito importante. Contem comigo para que este projeto se concretize”, afirmou. Da mesma forma, a vereadora Giorgia Prates concorda com a pertinência do projeto e de seu simbolismo para os movimentos sociais ao trazê-los como protagonistas da defesa democrática. “A negritude tem papel fundamental na construção desta história. Queremos colaborar com acervos que retratem esta atuação”, ressaltou. O vereador Angelo Vanhoni relembrou sobre o antigo prédio dos Correios e sua revitalização em 2016, quando à época era deputado federal e articulou recursos para a execução das obras, bem como um projeto para transformá-lo em museu dedicado à língua e à poesia. Referindo-se ao grande poeta de Curitiba, Paulo Leminski, afirmou: “Acho que o Paulo ficaria feliz com esta homenagem. A proposta é relevante. Sabemos que a força da memória alimenta a luta e o seu ideal”, salientou.
A instalação do “Museu da Democracia” em Curitiba recebeu o apoio da Prefeitura de Curitiba, dos ministérios da Cultura, das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Cidadania, do Conselho Nacional do SESI, de parlamentares, da presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, da gestora de grandes museus (Futebol e Língua Portuguesa em São Paulo; Museu do Amanhã e Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro), Larissa Graça, da YVA Arquitetura e do ateliê 01 de Curitiba, do Centro universitário UNIBRASIL, entre outros. O objetivo é tratar a democracia como uma construção diária, cujos princípios e história necessitam do amplo conhecimento da população para a conquista do seu apreço, bem como manutenção e preservação do sistema democrático. A iniciativa do iDeclatra define como marco temporal os últimos 40 anos que abrangem o período de redemocratização tendo como data emblemática o primeiro grande comício das Diretas Já, de 12 de janeiro de 1984, que ocorreu em Curitiba, na Boca Maldita. O movimento lançado na capital paranaense ganhou força e logo se espalhou por todo o país sendo determinante para o fim da ditadura militar. Propõe-se amplo acervo que contemple a participação de diversos movimentos sociais (jovens, mulheres, negros, indígenas, de moradia, catadores, Vigília Lula Livre) em defesa da democracia, os principais fatos históricos relacionados à trajetória democrática brasileira, com seus altos e baixos, suas contradições. O conceito do museu se associa à ideia de “museu experiência”, conforme a gestora de patrimônio e Cultura Larissa Graça, que objetiva propiciar aos visitantes experimentações, vivências, emoções por meio do uso de audiovisuais, instalações interativas-digitais e através de espaços de convivência como coworking, cafés, restaurante, auditórios.